Quando a educação não é garantida, a luta se faz necessária

Imagens: assentados da Comuna Pachamama
Imagens: Comuna Pachamama

Sob risco de fechamento, a escola do Assentamento Madre Terra está funcionando por iniciativa da própria comunidade, em uma demonstração de autonomia e resistência.

No último dia 26 de fevereiro, em função do descaso por parte do Estado, teve início o ano letivo no anexo da Escola Estadual Ataliba Rodrigues das Chagas, situado no Assentamento Madre Terra, conforme o calendário que já estava previsto e que havia sido divulgado à comunidade.  Diante da indefinição acerca do destino do módulo escolar e das crianças e adolescentes que lá estudam, a comunidade, em comum acordo, resolveu iniciar uma jornada de lutas pelo seu pleno funcionamento.  A ação comunitária intenciona pressionar o poder público e demonstrar que estão dispostos a continuar na peleia pelo acesso à educação.

Há uma semana do início das aulas, a comunidade foi informada de que o anexo escolar não permaneceria mais vinculado à escola citada acima e que, estando sem vínculo com nenhuma escola estadual, deixaria de atender os educandos que nela estudam. Na prática, foi encaminhado seu fechamento e a comunidade seria a última a saber. No entanto, a comunidade jamais cogitou esta possibilidade e se direcionou imediatamente ao Ministério Público, fazendo uma denúncia e, em seguida, se organizaram para garantir que a escola funcionasse normalmente, à revelia das iniciativas tomadas para seu fechamento. Dessa forma, às 8h de quinta-feira, 26 de fevereiro, os educandos e educandas foram recebidxs com café da manhã e foi dado o início do ano letivo. Em caráter de luta, a comunidade se organizou, garantindo merenda (café da manhã e almoço), reforço escolar, além de oficinas artísticas oferecidas pela própria comunidade e militantes que estão presentes e atuantes nessa luta. Entre os dois dias que se passaram, desde o início da jornada, muitas informações circularam e, por vezes, se desencontraram a respeito de que rumo se daria ao caso.

Este módulo escolar não chegou ao assentamento graças à benevolência dos agentes públicos, mas sim por via da luta que este povo empregou durante dois anos para garantir que suas crianças pudessem frequentar a escola sem ter que percorrer longas distâncias debaixo de mal tempo.

Sob a consigna de que “Não vou sair do campo para poder ir para escola, educação do campo é direito não é esmola”, a comunidade segue em luta até que suas reivindicações sejam atendidas:

  • Pela garantia  do funcionando pleno do anexo escolar atendendo as necessidades do assentamento.
  • Pela autonomia pedagógica e administrativa, para que seja possível desenvolver um processo educativo voltado para a comunidade.

   

   

Uma sociedade só poderá ser justa e livre se for resultado da expressão e da ação e indivíduos justos e livres”.

 

Quando a educação não é garantida, a luta se faz necessária, pelo viés dxs assentadxs da Comuna Pachamama, no assentamento Madre Terra, em São Gabriel.

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