ANDRÉ QUE AMAVA ANA

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Para Lavoura Arcaica, um dia se foi. E no preto, no cinza, no escuro, o homem viveu. André numa pensão se masturba, jovem, com medo, aflito. As primeiras cenas do filme Lavoura Arcaica, do diretor  Luiz Fernando Carvalho, trazem o peso da alma. Personagens construídos com afinco na literatura de Raduan Nassar, baseados eles em histórias mais que reais, elaboram. E em Lavoura Arcaica, o grande problema é a relação fraternal entre os dois. Raduan Nassar escreveu sobre um do temas mais difíceis de se tratar entre os humanos: romance fraternal. Já o filme, é uma obra como poucos humanos conseguiram idealizar e realizar.

Lavoura Arcaica fica, geralmente, escondido nas prateleiras da locadoras. Porém, erra o espectador que leva em conta a posição dos filmes nas locadoras e peca em não levar para casa esse que, para mim, é a maior obra cinematográfica já realizada no Brasil.

Uma mistura de poesia filmada com cinema moderno, com as câmeras (imagina-se as câmeras, pois assistindo esquecemos que tudo é um filme) buscando pequenos detalhes essenciais para a história do filme, como os pés de André remexendo a terra e as folhas próximas a casa da família.

Se ainda há preconceito do grande público com filmes brasileiros (pois os estrangeiros são aceitos por osmose sem qualquer tipo de crítica) de época, Lavoura Arcaica vem para desestabilizar tal ideia. Com cenários deslumbrantes construídos sobre uma antiga casa rural, o filme trata de assuntos que em qualquer história contemporânea traria um certo incômodo.

A trilha sonora de Marco Antônio Guimarães foi criada ainda nas leituras do livro e das cenas pelo elenco e direção, sendo então a explicação para tal sintonia entre imagem e som. Algumas cenas sem diálogos receberam a trilha certa fazendo o espectador arrepiar.

Leonardo Medeiros atua formidavelmente como o irmão Pedro. O ator, que tem 13 anos de carreira televisiva, já aparece pela segunda vez na Estante do Viés (vide Ênio de Não por acaso) e é, para mim, atualmente, um dos melhores no nosso cinema.

Lavoura Arcaica traz um tormento psicológico, leveza cênica, fotografia encantadora do interior mineiro e atuação de Juliana Carneiro da Cunha e Raul Cortez, o que não precisa explicações. Selton Mello desponta como protagonista em mais uma produção brasileira de bom gosto.

“Cuidar a cena da parábola e as imagens que trabalham com a luz solar e sombras”.

Filme: Lavoura Arcaica Ano: o mesmo de Bellini e a Esfinge Direção: o mesmo de “Hoje é dia de Maria”, na televisão Produção: do próprio diretor Elenco: Leonardo Medeiros de “O cheiro do ralo”, Juliana Carneiro da Cunha (aclamada atriz do Théâtre du Soleil) de “O veneno da madrugada”, Raul Cortez de “O outro lado da rua” e Simone Spoladore de “O ano que meus pais saíram de férias”.

Chamada do filme para o Canal Brasil.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=NC9Lj_jAtsM]

LAVOURA ARCAICA, pelo viés de Bibiano Girard

bibianogirard@revistaovies.com

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