Filmes de ficção científica costumama ser extremos: ou são amados ou são odiados. O mais novo deles, que é também o filme mais caro já produzido, é Avatar, do diretor James Cameron, o mesmo do mamão-com-açúcar Titanic.
Avatar, no entanto, está longe de ser papinha melodramática científica. Quem sabe ver além dos aspectos estéticos consegue ver a paródia feita no filme. Nele, no ano de 2154, um grupo de militares estadunidenses turrões e nada diplomáticos quer bombardear Pandora, uma segunda lua da Terra habitada pelos humanoides Na’vi, para ter acesso aos recursos minerais que jazem soto a árvore divina dos indígenas pandorenses. No outro lado da história está uma cientista estadunidense que utiliza métodos mais antropológicos – e não menos ambiciosos -, construindo geneticamente um híbrido entre os humanos e os Na’vi, ao qual os cientistas humanos ficam conectados neurologicamente e, então, podem se infiltrar nas tribos de Pandora. Esses híbridos são chamados de Avatar, um termo hindu pr’a representação física dos deuses.
O enredo s’enlinha quando o soldado humano responsável por se infiltrar e convencer os Na’vi a deixar tal área se aproxima da população local, compreende a cultura daquele povo e, claro, apaixona-se pela princesa.
O roteiro foi apresentado por James Cameron em 1994, mas ele não achava que a tecnologia estava a par do projeto. As filmagens começaram em abril de 2007 e o filme só ficou pronto em 2009 (ano passado!). Foi o filme mais caro da história – orçamento: 237 milhões de dólares; lucro nos primeiros dez dias em cartaz: 745 milhões de verdinhas. De tão tecnológico, as câmeras utilizadas foram especialmente desenvolvidas para o filme.
Uma animação de ficção científica contemporânea: ambição contra compreensão. Nada mais do que um sarro da política externa dos ianques.
Avatar, pelo viés de Gianlluca Simi
gianllucasimi@revistaovies.com
É…gostei do ambição sobre a compreensão…mostra como os americanos praticam a política externa…também escrevi sobre o filme. Também escrevi sobre o filme. http://silvanadalmaso.blogspot.com/2009/12/avatar-espetaculo-visual-e-alguns.html
Gian, gosto muito das coisas que vocês produzem no Viés, concordo com seu ponto de vista sobre Avatar, mas não gosto das “escorregadelas” na pobre língua portuguesa (por exemplo: o que são “mineirais” ? Coisas oriundas de Minas Gerais?).
Obrigado pelo aviso. A “escorregadela” não representa nosso trato geral com a rica língua portuguesa. Já corrigido!