MÁRIO MAGALHÃES: "O MARIGHELLA VOCÊ PODE AMAR, OU ODIAR, MAS NÃO FICAR INDIFERENTE"

Nossa democracia é revolucionária. É a democracia da ação, o que é útil à revolução e não a meia dúzia de burocratas e faladores. […] Se alguém acha que o nosso caminho armado é o correto ou não é correto, faça o favor, siga seu caminho e não está obrigado a seguir o nosso. E quanto a vocês que têm uma posição ideológica determinada, não têm que esperar por mim. Tomem a iniciativa, assumam responsabilidades, façam. É melhor cometer erros fazendo, ainda que disto resulte a morte. Os mortos são os únicos que não fazem autocrítica”.

Quem Samba Fica, Quem Não Samba Vai Embora
Carlos Marighella, 1968.

Se os muros das ruas das cidades brasileiras gritam em grafites e pixações: “Marighella Vive!”, digamos: Marighella não só vive, como ganha a atenção que lhe é devida. No Brasil que ainda não cicatrizou o período da ditadura militar e em um momento que, ainda aos trancos e barrancos, o país inicia a revisão do período ditatorial por meio da Comissão da Verdade nacional e as diversas Comissões da Verdade e da Memória em diversos estados e cidades brasileiras, reacende-se e reinvoca-se o poder dos revolucionários que marcaram história.

O “homem leal” da música dos Racionais MCs, “um comunista” na voz de Caetano Veloso, que “incendiou o mundo” nas palavras de Mário Magalhães, ainda espera seu espaço na história oficial, mas o resgate pelo que passa por meio da música, do documentário e da biografia já é uma realidade. Marighella, um dos personagens mais interessantes do século XX, é, senão uma unanimidade, pelo menos uma personalidade que merece muito mais atenção. E, aos poucos, é isso que vai acontecendo. O militante que doou a sua vida pela transformação da sociedade ganha espaço por meio de obras contundentes e de artistas reconhecidos.

E, se é assim, deve-se também ao jornalista carioca Mário Magalhães, que no ano passado lançou a biografia “Marighella, O guerrilheiro que incendiou o mundo”, um trabalho rigoroso feito em quase uma década. Tempo esse dedicado a uma revisão completa da vida do militante baiano, um personagem que Mário considera que se pode odiar, amar, mas não ficar indiferente.

O livro, de quase 600 páginas dedicadas à história de Marighella, vem também com mais de uma centena de páginas dedicadas a notas que recriam a vida do revolucionário e que demonstram o trabalho de Magalhães em mostrar a história da forma mais fidedigna possível.

De passagem por Santa Maria para o evento “Cultura na SEDUFSM: Marighella, o homem por trás das letras”, Magalhães, jornalista formado pela UFRJ e que passou um longo período na redação da Folha de São Paulo, concedeu entrevista a revista o Viés, em que conta um pouco da história do livro, fala sobre seu personagem principal e também do trabalho de biógrafo e das influências que recebeu para a sua produção. Sem buscar, como nos diz na entrevista, ser um crítico ou um partidário de Marighella, mas aquele que conta a história, Magalhães deixa registrado um personagem necessário para um Brasil que pretenda curar as chagas ainda abertas da repressão ditatorial.

Marighella na redação do Jornal do Brasil após deixar a prisão em 64. Foto: Agência JB/Braz

revista o Viés: A gente sabe que o teu trabalho de pesquisa foi bem longo, demorou um período extenso de tempo e essa pesquisa está documentada nas paginas finais do livro, com muitas citações e referências. Qual era sua motivação para ir tão a fundo na história de vida de uma pessoa? E por que o Marighella?

Mário Magalhães (M.M.): Eu nasci na mesma semana do golpe militar e estava com 39 anos quando pensei que tinha que fazer algo maior, algo sem as amarras do tempo e do espaço da redação de jornal, eu achava que tinha que fazer uma grande reportagem, o gênero mais nobre do jornalismo, dessa forma. E a biografia, nesse formato de grande reportagem, era o que gostaria de fazer. E eu não encontrei alguém com vida tão trepidante, tão interessante do que Carlos Marighella, um combatente da ditadura com uma história impressionante desde a infância. Achei que era uma bela oportunidade de escrever essa história, de alguém que marcou um período e que no Brasil não recebia a importância devida. Portanto, eu me dediquei, desde 2003, a esse projeto, que tomou nove anos de pesquisa, cinco anos e nove meses de atenção total, de dedicação absoluta. E eu costumo dizer que o Marighella foi alguém que se pode amar ou se pode odiar, mas não dá pra ficar indiferente à vida fascinante que ele teve. E achei que havia a necessidade de tornar mais conhecida a história do Marighella para que as pessoas pudessem fazer esse juízo.

Essa frase, que reconhece no Marighella alguém que se pode amar ou odiar, mas não ficar indiferente, você já repetiu em diversas entrevistas. Você o ama ou o odeia?

M.M.: Eu costumo dizer que eu sou um repórter, e assim eu estou fazendo o trabalho de levar as pessoas essa história fascinante. Na biografia eu acho que não poderia ser um detrator ou louvá-lo. Até por que pessoas para detratarem Marighella, ou para louvá-lo existem aos montes. Ele é um monstro para uns, e um herói para outros. Mas no meu livro eu não queria nem ser um promotor, e aí acusar o Marighella disso ou daquilo, nem um advogado de defesa, para promovê-lo. Muito menos um juiz, para julgá-lo. Eu queria ser um repórter, que apresenta a história para que as pessoas possam conhecê-lo. Por que sobre Marighella, e sobre as pessoas em geral, são duas questões: conhecer a sua história é a primeira parte. A partir daí se pode julgar se ele foi bom ou ruim.

O Marighella tem sido retratado em vários formatos e por vários artistas importantes nos últimos tempos, saiu a sua biografia, a música dos Racionais MC’s, outra do Caetano Veloso, e também dois documentários, do Sílvio Tendler e da Isa Grinspum Ferraz, sobrinha do Marighella. Você acha que ele tem o perfil para se tornar um “ícone pop” da esquerda como Che Guevara, por exemplo? Ou esse é um momento passageiro?

M.M.: Saiu um terceiro documentário, do documentarista argentino Carlos Pronzato, chamado “Quem Samba Fica, Quem Não Samba Vai Embora”. E tem também, da década de setenta, um documentário francês, do cineasta francês Chris Marker, chamado “On Vous Parle Du Brésil: Carlos Marighella”. E esses que você citou, o documentário da Isa, sobrinha do Marighella, a música dos Racionais MC’s e o clipe, dirigido pelo Daniel Grinspum, sobrinho-neto do Marighella, a música “Um Comunista” do Caetano. Acho que é um momento de redescoberta da história do Marighella. Eu acho que o Marighella significa muito para a história do Brasil e, se você observar, em várias partes do país há grafites escritos “Marighella Vive!”, ou seja, ele já é uma pessoa importante dentro da esquerda, que não o esqueceu. Por outro lado, há um desconhecimento muito grande no Brasil com relação ao Marighella, ele é pouco conhecido da maioria das pessoas, e acho que todas essas obras vão resgatar um pouco a história dele. Ainda mais pensando na necessidade que temos de rever essas questões, num momento em que se tem uma Comissão da Verdade revendo todo aquele período, acho que é um momento em que o Marighella ganha no Brasil a importância que ele já tinha em outras partes do mundo, em que ele é bem mais reconhecido.

Atualmente tramita uma lei que dá mais liberdade à biografia no Brasil, acabando com a necessidade de autorização do biografado ou de sua família para que a obra circule. O que você acha dessa ideia?

M.M.: Eu acho que é o Brasil entrando numa relação maior de liberdade, entrando no século XXI. Já é assim que acontece na maior parte dos países democráticos. Acho que é algo muito necessário que aconteça, para que as pessoas que construíram a história do Brasil tenham suas vidas revistas. Essa dificuldade de, no Brasil, se escrever sobre alguém só com autorização da pessoa ou de seus familiares dificulta muito para que exista essa revisão. Veja, se alguém hoje desejar escrever uma biografia sobre o General Médici, que foi o mais terrível dos generais da ditadura, presidente no período em que centenas de brasileiros foram mortos e torturados, enfim, se um jornalista desejar escrever sobre ele vai ter que pedir autorização pra sua neta, ou filha! [pouco antes de morrer Médici adotou a própria neta para que a ela fosse repassado a pensão militar que ele recebia]. E aí um pedaço fica faltando, você tem uma censura prévia, uma censura antes mesmo de o material ser lançado. Porque se há difamação, calúnia, se a família do biografado, ou ele mesmo, se sente prejudicado, ele pode entrar com um processo na justiça, pode ir atrás dos seus direitos e com toda a razão deve ir se o biografado é caluniado, mas não assim, com essa censura prévia.Esses dias saiu a história de que o Roberto Carlos estava processando uma menina que tinha feito um trabalho acadêmico sobre a Jovem Guarda, querendo que o material não saísse só porque o Roberto Carlos estava na capa, isso é absurdo.

  

Ainda nessa questão, a gente tem nos Estados Unidos, onde a biografia ‘não autorizada’ é liberada, uma indústria muito grande da biografia, incluindo aí biografias bem pesadas com relação ao biografado, questão que já foi até tema de alguns livros da Janet Malcolm . Você acha que as biografias desse tipo são um mal menor da liberação?

M.M.: Não só nos Estados Unidos é assim. Na maior parte do mundo a biografia não precisa de autorização para ser feita e acho que o Brasil precisa seguir esse caminho. Porque na maior parte do mundo a questão é como eu falei: a biografia sai, sem essa censura prévia, e, depois, se o biografado ou sua família consideram que a biografia é caluniosa ela vai atrás de seus direitos, entra na justiça. É que aqui no Brasil existem duas normas com relação a isso que se chocam: uma é a liberdade de informação, presente na Constituição Federal, e a outra é o direito à privacidade, do código civil. E os juízes têm decidido, na maioria dos casos, pela privacidade, proibindo, censurando, as biografias antes mesmo de elas saírem. Eu acho que isso precisa ser superado, por isso acho que essa lei sobre as biografias representa um avanço.

Nessa questão da biografia tem uma velha rixa entre biógrafos historiadores e biógrafos jornalistas, cada um com suas características e suas diferenças. Você como um jornalista, o que acha dessa questão? Acha que um bom trabalho de pesquisa pode superar essa diferença a favor do jornalista?

M.M.: Eu acho que essa rixa é muito anacrônica, bastante antiquada, mas ela realmente existe. Veja só, de um lado você tem os biógrafos historiadores, que acham a biografia feita pelos jornalistas muito superficial, consideram que ela não tem a fundamentação necessária. E eu acho que eles têm razão em alguns casos. Do outro lado nós temos o biógrafo jornalista, que considera a biografia do historiador enfadonha. E eu concordo em diversos casos, acho que as biografias de historiadores muitas vezes parecem uma corrida com obstáculos, onde você tem uma tremenda dificuldade de chegar ao final por causa da estrutura densa. Então eu tentei, no meu trabalho, seguir o melhor dos dois formatos, que é a pesquisa rigorosa do historiador, com o formato do jornalista, com uma história bem contada.

Voltando ao Marighella, ele lançou o Mini Manual do Guerrilheiro Urbano e a sua organização tomou a Rádio Nacional certa vez. Ele era alguém que tinha muita noção da necessidade de divulgar, de comunicar o que era feito…

M.M.: Sem dúvida. O Marighella entendia essa necessidade. Mas essa questão da Rádio Nacional é preciso explicar um pouco melhor. Os militantes da ALN responsáveis pela ação não tomaram a rádio em si, mas os transmissores da rádio. O clipe dos Racionais é uma licença poética, porque os militantes sabiam que cinco minutos depois de uma invasão à Rádio Nacional, que é aquela afiliada da Rede Globo em São Paulo, e não a Rádio Nacional estatal, no Rio de Janeiro, é importante não confundir. Então, cinco ou dez minutos depois de uma invasão e do começo da leitura do manifesto, a rádio estaria cercada, como de fato aconteceu. Então eles não tomaram a Rádio, mas os transmissores da Rádio, que ficavam em Piraporinha, zona rural do município de Diadema. Enfim, o Marighella desde jovem tinha essa noção da importância da comunicação, desde em que ainda morava na Bahia e soltava o que foi chamado pelos jornais de “foguetão extremista”, uma espécie de foguete adaptado para lançar volantes, panfletos, para muita gente, para divulgar suas ideias revolucionárias. E, como dizia Chacrinha, de quem o Marighella era muito fã, “quem não se comunica se trumbica”, e ele não tinha a menor intenção de se trumbicar. Certa vez teve um ato em São Paulo muito grande, contra a visita do governador do estado de Nova Iorque, Nelson Rockfeller, amigo da ditadura, mas que não foi divulgado nem em rádio, nem em TV ou jornal. Porque os jornais tinham recebido uma ordem específica da ditadura de não noticiar atos, manifestações. A censura aos meios de comunicação era muito grande, nós tínhamos a censura prévia do AI-5, não se podia falar sobre nada sem o consentimento dos militares. Então eu acho que a tomada dos transmissores da Rádio Nacional é um dos momentos mais importantes contra a censura e contra a ditadura. E esses atos eram feitos com arma na mão, é claro, já que era um tempo em que a censura não permitia outra atitude se não essa, os grupos de esquerda, para serem ouvidos, tinham que apelar ao uso das armas, já que era com armas que eles eram proibidos de falar sobre o que acreditavam. E essa tomada dos transmissores é um dos momentos mais importantes do combate à ditadura e à censura, mas, para mim, o auge desses combates é a transmissão, na TV e no rádio, e a publicação nos jornais do Rio de Janeiro, da carta-manifesto da ALN e do MR-8 durante o sequestro do embaixador americano. Aquilo vira notícia internacional, tem uma força impressionante no combate à ditadura, vai ganhar espaço em diversos jornais e na imprensa internacional.

O registro de Marighella, quando da sua prisão em 1939. Foto: Reprodução do livro "Marighella, O guerrilheiro que incendiou o mundo". À direita, capa do livro (divulgação).

O teu texto tem o tom do jornalismo literário na reconstituição dos fatos, na descrição, etc, aliado a pesquisa rigorosa. O jornalismo literário é uma inspiração? Que autores são fonte de inspiração nesse sentido?

M.M.: Eu não considero que eu faço jornalismo literário. Eu considero que eu faço jornalismo. Até por que o livro tem 2580 notas, 256 pessoas entrevistadas e consultadas, uma bibliografia de mais de quinhentas obras e mais de 700 volumes. E tudo o que é mais importante e relevante do livro está baseado em documentos históricos que eu consegui tanto no Brasil como na Rússia, República Tcheca, Estados Unidos e Paraguai. Eu sempre conto a história de quando o Marighella foi preso no cinema e, depois de levar três tiros, sente um gosto adocicado do sangue que escorreu na sua boca. Essa história eu conto no livro, aí muita gente me perguntou como eu poderia saber disso. Foi por meio da pesquisa, por um texto do próprio Marighella relatando sentir esse gosto adocicado. Então na biografia eu tentei descrever tudo que o Marighella fez, viveu e pensou, e isso tudo foi por meio de documentos, já que, diferente da minha mãe, pelotense, eu não acredito no espiritismo e não entrevistei o espírito do Marighella. Mas eu não acho que eu escrevi um romance, nem acho que o meu texto tem esse caráter. O que eu fiz foi fazer “ganchos”, eu usei uma linguagem da reportagem, para poder segurar meu leitor do início ao fim do texto. Por exemplo, eu escrevo que o Marquito [o militante Marcos Antônio Braz de Carvalho] comia peixadas na casa de um companheiro de militância, mas que essas peixadas nunca o deixariam com indigestão, mas que seria uma feijoada que provocaria indigestão. E deixo no ar essa questão. Aí, mais pra frente, eu vou retomar uma feijoada que ele comeu com outros companheiros e digo que é ela que vai, depois, dar indigestão no Marquito. E deixo no ar novamente. Aí, mais para frente, eu vou explicar que foi aquela feijoada que acabou levando a morte do Marquito. Então eu uso elementos da literatura, não acho que do jornalismo literário, mas da literatura, para prender a atenção, mas sempre baseado em evidências, em documentos. E eu acho muito interessante o movimento do New Journalism, dos anos 60 nos Estados Unidos, mas acho que dois biógrafos brasileiros não deixam nada a desejar para aquela turma, que são o Fernando Morais e o Ruy Castro. Eles são o Pelé e o Garrincha da biografia brasileira.

Você falou da projeção internacional que o Marighella tem, mesmo que no Brasil ele seja menos conhecido. Como é essa questão, por que você considera que o Marighella tem essa força fora do país?

M.M.: São várias as questões com relação a isso. Uma é a questão do livro do Marighella, o Mini Manual do Guerrilheiro Urbano, que vai ser base para movimentos em diversas partes do mundo. Os Panteras Negras, nos Estados Unidos e diversos movimentos na Europa vão se basear nesse livro para suas atuações de guerrilha. E, também sobre esse livro, nós temos um número enorme de serviços de inteligência e de exércitos mundo afora que vão usar esse livro para entender a guerrilha até hoje. Desde a Academia Militar em Xangai e em Nanquim na China, até a sede da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), em Langley, vão usar esse livro. Além disso, documentos da CIA vão mostrar que, depois da morte do Che Guevara, nas montanhas da Bolívia, o Marighella vai ser o militante mais preocupante para os Estados Unidos. Isso entre 1967 e a morte do Marighella, em 1969, um período curto de tempo, mas que demonstra a preocupação com relação ao Marighella. No Brasil, o General Gama e Silva, Ministro da Justiça, vai dizer que o Marighella é o inimigo público número um do Estado brasileiro, da ditadura brasileira. Fora do país o Marighella vai ser chamado pelo jornal francês Le Monde de “mulato hercúleo”. A revista americana Time vai chamá-lo “mulato dos olhos verdes”, já criando uma coisa folclórica, visto que o Marighella tinha olhos castanhos. No Brasil ele vai ser capa, na Veja ainda nascente, em duas oportunidades no período de um ano, uma quando ele está vivo e outra quando está morto. O The New York Times, o jornal mais importante do planeta, vai escrever uma matéria de quase trezentas linhas sobre o Marighella por conta do episódio da Rádio Nacional. Então muita gente fala do subtítulo da obra, “O guerrilheiro que incendiou o mundo”, e pergunta se não é exagero. Mas veja só tudo que ele fez girar em diversas partes do planeta. Na França a revista dirigida pelo Jean-Paul Sartre, para mim o maior filósofo pós Segunda Guerra, Les temps modernes vai publicar cinco textos do Marighella e pedir mais, o Sartre elogiou muito a “linguagem direta” de Marighella nos textos que tinha conseguido em Roma por meio da militante brasileira Ana Corbisier. Nesse tempo a ALN recebeu doações de diversas figuras importantes, Glauber Rocha, para mim o maior cineasta brasileiro, Jean-Luc Godard, o cineasta italiano Luchino Visconti, o pintor, todos eles doaram dinheiro, assim como o pintor espanhol Joan Miró vai doar alguns esboços para a ALN.   Então eu acho que o Marighella realmente precisa ganhar mais relevância na história recente do Brasil, nesse período tão conturbado da história no qual ele viveu, e acho que essas obras lançadas sobre ele nos últimos tempos, inclusive a biografia, vão fazer isso, resgatá-lo para a história.

MÁRIO MAGALHÃES: “O MARIGHELLA VOCÊ PODE AMAR, OU ODIAR, MAS NÃO FICAR INDIFERENTE”, pelo viés de João Victor Moura

joaovictormoura@revistaovies.com

Fotos da entrevista: Gianlluca Simi

Leia também o texto “Não tive tempo para ter medo”, perfil de Marighella na Série Latinos

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